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TEATRO

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Moby Dick

Moby Dick


dia 13 de Março pelas 21h30/ ano 2015

Teatro Aveirense


Teatromosca

A partir do romance homónimo de Herman Melville com adaptação de Tiago Patrício, direção artística de Pedro Alves e Produção teatromosca.

Narrativa de aventuras para

alguns, epopeia metafísica para outros, «Moby-Dick», de Herman Melville, pode ser resumida como a história de uma viagem de caça à baleia, um estudo sobre a obsessão e a vingança e como estes traços dominantes se tornam a ruína do homem. Uma narrativa fragmentada, em certo modo, desordenada, dinâmica, entretecendo diferentes modos literários: conto, sátira, drama, ensaio, enciclopédia, crónica, lírica… Numa primeira fase do texto (e aqui serve-nos tão bem a teoria cíclica da História tal como foi desenhada por Vico!), acompanhamos o narrador Ismael nos preparativos para a viagem. É o tempo dos mitos, dos monstros e em que a luz vai rasgando as trevas primordiais.
Naquilo que podemos considerar a segunda parte, um tempo dos heróis, a bordo do navio Pequod, Ismael abandona o papel central da narrativa e o foco é deslocado para Ahab e para a sua perseguição à Baleia Branca. E é tão interessante que os heróis desta grande narrativa fundadora dos EUA sejam marinheiros, arpoadores, ferreiros, cozinheiros, loucos tamborileiros, comandados por um influente capitão monomaníaco! Num terceiro momento, Ahab parece medir forças com o segundo oficial do Pequod, o racional e prudente Starbuck. No entanto, no derradeiro andamento do texto, é já inevitável o confronto destruidor com a Baleia Branca, que terminará de forma caótica, com a morte do Capitão Ahab e de toda a tripulação do Pequod, à exceção de Ismael. Terminada a saga marítima fica esboçada uma nova viagem (il ricorso), em que Ismael, num gesto maneirista ao melhor jeito de Shakespeare, é recuperado como narrador.
A Baleia, indefinida, secreta, ilimitada, mistério e vertigem, acaba por constituir a analogia da própria obra literária de Melville – e, talvez, também do nosso próprio espetáculo. Ahab é descrito como uma personagem monomaníaca, figura satânica, guiada por um único objetivo, capaz de vergar tudo e todos pela paixão que lhe arde no peito, a sede de vingança, a vontade de destruir Moby-Dick. Ahab é um ser atuante, narcisista, por oposição a Ismael, face a Moby-Dick (objeto-texto-fantasma). Não pensa, apenas sente, tal como o próprio afirma no início do seu último dia de caça à Baleia. Enquanto Ahab persegue ébrio de paixão, o fantasma do seu próprio espírito, Ismael segue-o, distanciado, permitindo que este (o fantasma-baleia) se revele em toda a sua plenitude. Se para Ahab o mar é a onda que o transporta para o confronto com Moby-Dick, para Ismael o mar representa as ilimitadas ressonâncias/ cogitações de que a Baleia se faz eco. Ismael é um narrador consciente do seu papel e, ao contrário de Ahab, faz uma viagem não contemplativa ou fantasista ao encontro do absoluto (Moby-Dick), para logo o perder, porque nunca o atinge. Ahab, Ismael e até mesmo Starbuck não são homens sozinhos. Dependem das relações que estabelecem uns com os outros. O navio Pequod (outra personagem?), à semelhança do Bellipotent em «Billy Bud» ou o San Dominick em «Benito Cereno», acaba assim por funcionar como pequena «ilha» de homens perturbados, uma imagem microscópica do mundo como «navio [como palco] numa viagem sem regresso».

Preço: 5€ (+ "O Som e a Fúria" - 7€)

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA
Texto|Herman Melville
Direção artística|Pedro Alves
Adaptação|Tiago Patrício
Interpretação|Pedro Mendes (ator) e Ruben Jacinto (músico
Assistência de direção|Mário Trigo
Cenografia|Pedro Silva
Design gráfico|Alex Gozblau
Direção técnica|Carlos Arroja
Vídeo|Raul Talukder
Assessoria de imprensa|Joaquim René
Produção|teatromosca
Parcerias|Chão de Oliva, Biblioteca da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Embaixada dos Estados Unidos da América, Teatro Meridional e Teatro Experimental de Cascais
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